segunda-feira, 23 de abril de 2012

O Futuro que Queremos para o Cinema Olympia


Depois de três dias, encerrou neste domingo (22/04) a programação promovida pelo curso de Cinema e Audiovisual em parceria com Associação de Críticos de Cinema do Pará para marcar os 100 anos do Cinema Olympia. A todos que participaram, debateram, trabalharam, contribuíram e nos apoiaram, nossos sinceros agradecimentos. Amanhã, 24/04, o Cinema completa 100 anos. Entretanto, mais do que festejar o presente, entendemos, que é preciso também pensar no futuro.

O Olympia tem um significado especial para nós da UFPA que iniciamos esse desafio de estruturar o primeiro curso de Bacharelado em Cinema e Audiovisual da região Norte. Não gostaríamos de ver este espaço centenário fechar suas portas a exemplo do que aconteceu com os cinemas Palácio e o Nazaré. Por isso, gostaríamos de ver o Olympia se tornar um Cinema Universitário. Vislumbramos que o Cinema Olympia torne-se um espaço alternativo de projeção de filmes e ao mesmo tempo um convite para a reflexão, para o debate e para o aprendizado por meio da integração entre cinema, cultura, educação e artes. Seria uma contribuição valiosa para a sociedade de Belém, carente de salas de cinema e seria uma alternativa ao cinema comercial exibido pelo sistema multiplex em shoppings centers.

Hoje, segundo dados da ANCINE 83% das salas de cinema estão localizadas dentro dos shoppings centers. Em 2010, 90% das salas abertas foram inauguradas dentro de um shopping center. Em 2011, 96% das salas inauguradas também estavam localizadas dentro de um shopping center. Não temos nada contra o sistema multiplex, como são chamados os novos complexos de cinema que começaram a ser construídos no Brasil a partir de 1997. Há autores que afirmam que o multiplex apresentou ao Brasil o jeito estrangeiro de consumir cinema. Há pesquisadores que dizem que os multiplex chegaram ao Brasil porque as empresas hollywoodianas estavam preocupadas com o baixo consumo de blockbuster no País (as grandes produções estrangeiras). Mas se isso é verdade, é verdadeiro também que os multiplex têm aproximado cada vez as pessoas das salas de cinema. Mas grande parte da população não tem condições de comprar ingresso para entrar nestes espaços e assistir a um filme. E se conseguem ir ao cinema pagando 15, 20, 40 reais, pouca opção possuem já que a grande oferta é dos blockbusters.

Por todas as razões expostas é que desejamos que o cinema Olympia continue vivo e de preferência que possa se tornar um Cinema Universitário, tornando-se um espaço alternativo e de muitas alternativas de descobertas do Cinema.

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